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março 19, 2021

Por que esquecemos o que aprendemos nas aulas de inglês?

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Porque será que a música do comercial que vimos não sai da nossa cabeça, mas o que aprendemos ontem na aula de inglês não lembramos?

Todos os dias acontecem 3 coisas com a gente: enfraquecemos, adoecemos e morremos aos poucos. O nosso cérebro é como se fosse um músculo e se não for treinado fica enfraquecido.Nos preocupamos tanto em ir para a academia para manter a forma e termos corpos sarados e esquecemos de treinar também a nossa mente.

Neste artigo falaremos sobre:

Porque as pessoas esquecem o que aprendem

No século 19 foi realizado um estudo pioneiro na área de Psicologia Cognitiva feito pelo pesquisador alemão Edward Ebbinghaus, onde fez um experimento para tentar entender o porquê esquecemos o que aprendemos, esse experimento já foi replicado várias vezes inclusive nesse século 21, e os resultados permanecem os mesmos.

No experimento ele separou palavras de tamanho parecidos com 3 sílabas, que em conjunto não tinham sentido algum e tentou memorizar e depois esperou passar um tempo para ver o quanto conseguia reter daquilo que memorizou, e foi repetindo o experimento várias vezes para observar o quanto da informação fixava em seu cérebro, com isso ele foi capaz de gerar o gráfico a seguir com a seguinte conclusão: No eixo x o tempo passando e no eixo Y o tempo de retenção da informação consumida em nosso cérebro.

No exato segundo em que se consome o conteúdo e a informação ainda está fresca na cabeça e você é capaz de chegar perto dos 100% de retenção, contudo em apenas 10 minutos após termos consumido o conteúdo, já esquecemos 20%, nas 24h que se seguem esquecemos até 30% e passado um mês somente somos capazes de lembrar mais ou menos 10% de todo o conteúdo consumido.

Mas vale lembrar que esse experimento foi feito em 1885, quando ainda não havia internet e a enxurrada de informação que temos hoje em dia, onde diferentes conteúdos chegam até nós em um espaço curto de tempo. É diferente memorizar um conteúdo hoje e seguir tentando recordar o mesmo conteúdo do que consumir um hoje, outro amanhã e assim vai, temos atualmente muitas interferências e o que acaba diminuindo ainda mais a curva e a porcentagem de retenção da informação.

Fatores que contribuem para a memória

O pai do mental map (mapa mental),uma técnica muito eficaz para fazer resumos e fixar melhor o que aprende, Tony Busan, criou o gráfico da memória, ou o gráfico mais importante do mundo como é apelidado. Nele, Busan retrata os fatores que aumentam a capacidade de absorção e elevam a curva do esquecimento

Eixo vertical= nível de conhecimento/ poder de absorção

Eixo horizontal= tempo de estudo

I Interest Efeito Interesse
P Primary Primário
U Understanding Compreensão
A Association Associação
VR Von Restorff Von Restorff
M Meaning Significativo
R Recent Recente

Efeito interesse

Quando temos interesse por algo, aguça-se a nossa curiosidade e procuramos mais sobre o assunto, repetindo ele e fixando melhor em nossa mente. Se você não gosta de inglês, tenha em mente sempre o que você vai conquistar com ele: a viagem, a promoção no trabalho e seu interesse pelo objetivo a ser alcançado, tornando o estudo mais prazeroso e motivador.

Primário

“A primeira impressão é a que fica”. O cérebro lembra melhor no início do período de aprendizagem. É aquela sensação de início, novidade e começo. Em outras palavras, os primeiros momentos são mais registrados. Ao passo que, uma aula que tenha acontecido algo memorável, ficará para sempre na sua memória.

Compreensão

Cada indivíduo cria associações diferentes e isso pode levar a diferentes memórias sobre algo, diferentes interpretações, bem como, diferentes situações.

Associação

Seu cérebro lembra com mais facilidade de coisas que estão associadas a outras. Com certeza você lembra de alguma música criada na aula de química, ou história para decorar algum fato histórico. O fato é, criamos essas conexões, puxamos melhor a memorabilidade do que desejamos recordar.

Von Restorff

O efeito Von Restorff, também conhecido como “Efeito de isolamento”, prevê que quando múltiplos objetos similares estão presentes, o que difere do restante é o mais provável de ser lembrado. Sendo assim, quando algo sai muito do padrão tem destaque. Um exemplo é quando preparamos a lista de compras e, nela, destacamos com um marcador de texto algum produto de maior necessidade. Desta forma, nos certificamos de focar nossa atenção para esse elemento da lista e reduzimos as chances de esquecê-lo. No aprendizado de inglês podemos utilizar cores coloridas, post-it para destacar alguma informação importante pode apoiar sua memória na hora de recordar.

Significativo

O nosso cérebro é ligado por emoções, com certeza você lembra do bolo da casa da vó ou de alguma memória que teve na infância,quando temos uma conexão emocional com o aprendizado, nosso cérebro entende que isso é importante para nós, dando prioridade na lembrança, por isso o seu objetivo com o inglês tem que ter significado para você, nem que seja, entender uma música que gosta

Recente

A última informação absorvida, ou seja, mais recente, vai fixar melhor na sua mente, por ainda estar “fresca”, por isso de uma aula de 01 hora, você tende a lembrar o começo, partes marcantes e o final.

Técnicas para fixar o que aprende

Mesmo sendo um processo natural do nosso cérebro, não significa que não possa ser burlado, o experimento foi feito considerando que você consome um conteúdo em um dia, e sem ação ativa tenta recordar após um tempo. Contudo, se você fizer algumas ações é possível sim diminuir a porcentagem de perda de informação.

Explicaremos a seguir algumas formas de você aumentar a absorção e memorabilidade do que aprende.

Revisões do conteúdo

Como podemos ver no gráfico acima, por meio das revisões é possível elevar a curva do esquecimento, o recomendado são 3 revisões, assim você vai reforçando a importância daquela informação na sua mente e aumentando a chance de fixação.

24 horas depois de consumir o conteúdo

No dia seguinte de ter consumido o conteúdo novo pela primeira vez, ele ainda está fresco na sua cabeça com uma perda de 30% da informação original, essa é a revisão mais importante pois você vai precisar gastar menos energia uma vez que boa parte do conteúdo ainda encontra-se lá. Então vamos supor que você dedicou 01 hora de estudo do conteúdo ao consumir pela primeira vez, na revisão do dia posterior invista de 30 a 40 minutos, destacando na sua mente os pontos que deseja guardar e usando o seu melhor canal de aprendizado

01 semana após consumir o conteúdo

Aqui o seu cérebro naturalmente já teria perdido 50% do que absorveu, e se houve a primeira revisão (24h), ele perdeu menos, cerca de 30%, portanto essa revisão aqui pode ser mais curta também, uma vez que o nosso tempo é escasso. O segredo é a cada revisão você reavaliar as informações que não recorda e retirá-las com foco naquilo que é mais importante fixar, nesta segunda revisão invista em torno de 20 minutos.

01 mês após consumir o conteúdo

Nesse estágio muito provavelmente outros conteúdos já foram estudados e estão passando também pela curva do esquecimento, então o ideal é que você apenas revisite esse primeiro com os principais pontos e já comece a fazer associação com outros conteúdos mais recentes. No caso do inglês, se viu o simple present no mês 1, agora já consumiu o Simple Past, não precisa voltar tudo do Presente apenas tente montar frases e diálogos que envolvam os dois e repare se comete erros ainda relativos ao primeiro verbo, se cometer volte na teoria para rever apenas o que errou.

Inserir o inglês no dia-a-dia

Outra razão que nos leva a esquecer tem haver com a falta de hábito do inglês no dia-a-dia. Como moramos no Brasil, não ouvimos constantemente o inglês a não ser quando nos expomos a ele. Não que o fato de morar fora garanta o contato diário ou muito menos a fluência, mas isso é papo para outro artigo.

Infelizmente, muitos estudantes querem ou tentam aprender inglês somente se condicionando ao momento da aula, durante o encontro com o professor. Contudo, limitar o contato com o idioma neste curto período é pouco provável que se tenha uma efetividade no aprendizado.

Ainda mais nas metodologias você é um estudante passivo, apenas assistindo a exposição do conteúdo e passa pouco tempo praticando..

Como inserir o inglês no dia-a-dia

A conta é simples: 80% do que chega até você, também conhecido como input, tem que ser no idioma que deseja aprender, no caso inglês. Músicas, filmes: no mínimo legendado, celular em inglês e anotações simples do dia-dia, como anotar doctor ao invés de médico na agenda de compromisso, dessa forma o idioma vai ser o meio e não o fim, e quando você menos imaginar já vai ter fixado algum vocabulário.

Mas só ouvir músicas, assistir filmes e colocar o celular em inglês não vai fazer você ficar fluente. É necessário, revisar esses vocabulários, participar de fóruns de conversação, criar diferentes frases e contextos e ter momentos específicos dedicados a consumir a teoria direcionada, focando em conteúdos que tenham relação com o seu objetivo e separar também um momento de análise e reflexão a fim de validar a prática com a teoria, analisando os erros e refletindo em processo de melhoria

Técnica dos 10 minutos

O inimigo comum de todos nós hoje em dia é o tempo, seja adolescente, adulto ou idioso, todos lutam contra os ponteiros que parecem andar mais rápido a cada ano. Com isso, inserir o inglês no dia-a-dia pode ser um desafio para muitos estudantes que estejam no caminho da fluência.

Muitas pessoas não conseguem adicionar mais uma hora diária além das já comprometidas com o curso, professor ou mentor para estudar inglês, o que acaba fazendo com que muitos estudantes caiam no erro já mencionado de só estudar no momento da aula.

Para combater esse inimigo – o tempo – o grande segredo não é esperar o dia em que sua vida estará tranquila e com tempo sobrando, com o ritmo de sociedade que vivemos, dificilmente você terá muitas oportunidades assim, então trabalhe com o mesmo tempo só que de forma diferente.

Ao invés de estudar 01 hora direto, que tal quebrar essa hora em parcelas ao longo do dia? Acorde 10 minutos mais cedo e ouça um podcast ou vídeo-aula com o conteúdo, depois no meio da manhã invista mais 10 minutos entre uma tarefa e outra do trabalho ou escola para continuar os estudos, na hora do almoço pegue mais 10 minutos e assim vai. Dessa forma você não sentirá que precisa de uma quantidade grande de tempo e não se sentirá desmotivado, estando sempre em contato com o idioma.

Técnica das ações substitutas

Quando vamos na Nutricionista, nos é sugerido um cardápio e uma lista de alimentos substitutos, podemos usar uma analogia e aplicar essa mesma “regra” para o estudo de idiomas.

Por exemplo: Ao invés de colocar a rede social em português mude para inglês, assim vai ver um monte de palavra: share, follow, comment e já vai aumentando seu vocabulário. a dica aqui é formar outras frases com esses mesmos vocabulários. Ex: I follow my dreams (Eu sigo meus sonhos), We followed the tour guide to the correct direction (Nós seguimos o guia na direção correta)

Ainda falando em redes sociais, sabemos que é quase missão impossível passar um dia sem dar aquela espiadinha nas redes, já que você “já vai fazer isso”, que tal substituir olhar a vida dos amigos por olhar a vida dos famosos ou alguém que admira que mora fora do Brasil? Assim provavelmente a pessoa escreverá uma legenda em inglês e você já pode aprender. Outra dica é começar a seguir os melhores canais do mundo, você quer aprender marketing digital ou da sua área de atuação com os melhores ou somente com os que produzem conteúdos em português? Outra opção são as páginas com dicas de inglês como a da Raise, assim aos poucos substituirá a tarefa “olhar as redes sociais” por “estudar com as redes sociais”

Ainda falando de substituições, você pode e recomendamos que substitua ver tanto noticiário nacional por ouvir podcast, ouvir rádio lá de fora, entre outras formas de também se manter informado mas praticar o inglês enquanto faz a ação.

Estar presente no momento da explicação

Vivemos na roda do hamster, e passamos as semanas apenas dando “check” em nossas obrigações sem a confirmação de que estamos absorvendo. É preciso tomar a decisão de sair dessa “roda” e assumir o controle da sua vida e aprendizado, não só fazer por fazer mas fazer de corpo e alma.

Para lembrar o que aprende na aula de inglês é preciso que você esteja 100% presente e concentrado no momento de absorver o conteúdo que seu Teacher passa, com foco naquilo e abstraindo o mundo externo, assim vai ter maior fixação logo no primeiro contato, que como vimos é o mais importante – fator da primazia – e ter menos chances de perda na curva do esquecimento.

Vamos começar com a etimologia da palavra, foco não tem plural, não dá para você focar em duas coisas diferentes ao mesmo tempo, com certeza a sua atenção não será 100% em ambas as tarefas que exijam atenção, como por exemplo ler um livro e as redes sociais ou assistir ao noticiário.

A boa notícia é que o foco é treinável, mesmo com a quantidade de informações que chegam até nós diariamente é possível nos mantermos focados. Comece desativando as notificações do celular, e colocando horário para acesso das redes sociais, uma técnica excelente para isso é o Pomodoro.

Técnica de produtividade Pomodoro

Idealizada pelo Italiano Francesco Cirillo em 1980 que estava com dificuldades para se concentrar em seus estudos da faculdade. Um dia, na cozinha de casa, observando um cronômetro em forma de tomate (pomodoro, em italiano), decidiu que iria concentrar-se em determinada atividade por 10 minutos, surgindo assim a técnica que consiste em fracionar o tempo incluindo pausas de descanso para recuperar o foco

São realizados 4 ciclos de 25-30 minutos com intervalos de 05 a 10 minutos, durante o ciclos exige-se foco e concentração total na tarefa, sem interrupções, notificações, e de preferência com o celular desligado em um ambiente silencioso e iluminado.

Quando finalizar o tempo é necessário pausar a tarefa, mesmo que só falte uma linha a escrever, ou um parágrafo a ler, o grande segredo é não ultrapassar pois caso isso aconteça vai acabar perdendo a produtividade e foco.

Nos 10 minutos de descanso, que também devem ser seguidos à risca, é permitido olhar as redes sociais, descansar, ir ao banheiro e se “distrair”, após os 10 minutos volta o foco total.

Essa técnica permite que você metrifique melhor as tarefas e mantenha o foco ao estudar, pois livre das interrupções ou notificações pode se concentrar no que está fazendo e manter a mente ativa, lembrando do que estudou.

Conclusão

Existem diferentes formas de você lembrar o que aprende nas aulas de inglês e burlar o processo de esquecimento natural, conseguindo ter melhor proveito do aprendizado e acabando com o efeito sanfona: engorda-emagrece do inglês. Apenas estar ciente dos fatores que levam ao esquecimento ou fortalecem a lembrança não é suficiente, lembre-se que aprender é uma jornada, e é preciso treino e constância a fim de que o inglês se torne um hábito na sua vida.

E lembre-se que somente fazer um esforço para memorizar o conteúdo técnico sem ter um real propósito e objetivo com o conteúdo não adianta, portanto é crucial seguir os demais passos: planejar, praticar, analisar e refletir para ter eficácia e atingir a fluência de forma definitiva.

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